sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Minha vida não é um sistema a ser replicado. Minha vida é
uma obra de arte singular, e cada pincelada que dou na tela do tempo é única, e
jamais poderá ser reproduzida.
Minha vida não é um método que, de vez em quando, dá-me a
graça do fenômeno. Minha vida é um constante fenômeno que revela, a cada
momento, diferentes brincadeiras – e, de vez em quando, o método é uma forma
estruturada e interessante de brincar.
Minha vida não é um exemplo a ser seguido. Minha vida é um
acontecimento que inspira, de diferentes maneiras, outros acontecimentos e
outras vidas – e é inspirado por elas.
Minha vida não é um passo a passo que serve para todos.
Olhando para trás, ela revela padrões que, talvez, nutram os passos de outros –
e vice-versa.
Minha vida não tem que dar certo. Minha vida tem que ser
vivida, a cada instante, no melhor que ela pode dar. Prefiro sorver o que está
aqui e agora, do que buscar o ideal inalcançável criado por outro que não eu.
Minha vida não é um retrato que ficará para a posteridade.
Minha vida é um fluxo que vai dissolver com o tempo todas as minhas autoimagens
e conquistas, mas continuará fluindo deliciosamente, silenciosamente, em
direção ao eterno.
Minha vida não é uma ideia interessante. Minha vida é uma
experiência direta e profunda, impossível de ser comunicada por completo.
Ainda assim, minha vida é infinita. Porque enquanto tudo
parece passar e mudar, há sempre algo que fica. E este algo é o mesmo que
encontro em tudo, em nós e no imponderável, na luz e na dor, no escuro e no
mundo, e é o que faz meus olhos chorarem de Amor.
“Nos movemos desde um ponto desconhecido até um ponto
incognoscível”
Dedicado a Rita Mendonça
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